WBO apoia nota pública de organizações espionadas pela ‘Abin paralela’
Comunicado do WBO
16 de julho de 2024
O WBO (Washington Brazil Office) soma-se ao grupo de organizações da sociedade civil brasileira que, em nota publicada nesta segunda-feira (15), denuncia a espionagem ilegal feita por agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o mandato do agora ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com informações da investigação em curso, quatro organizações parceiras foram vítimas de espionagem: Sleeping Giants Brasil, Advocacy Hub, Aos Fatos, Instituto Sou da Paz, NOSSAS e Agência Lupa.
A “nota de posicionamento” a respeito do caso é firmada por 28 organizações, em ordem alfabética:
Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) | Ajor (Associação de Jornalismo Digital) | Aláfia Lab | Aliança Nacional LGBTI+ | Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH) | Avaaz | Coalizão em Defesa do Jornalismo | Ekō | Frente Ampla Democrática pelos Direitos Humanos (FADDH) | Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) | Girl Up Brasil | Instituto Aaron Swartz | Instituto Democracia em Xeque | Instituto GENi - Gênero e Interseccionalidades | Instituto Lamparina | Instituto Vladimir Herzog | InternetLab | Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social | Netlab UFRJ | Observatório do Clima | Projeto Saúde e Alegria | Rede GayLatino | Rede Liberdade | Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD) | Repórteres Sem Fronteiras (RSF) | Teia de Criadores | Transparência Internacional - Brasil | Washington Brazil Office (WBO)
A carta explica que, com o levantamento parcial do sigilo das investigações da chamada operação Última Milha, da Polícia Federal, e dos trâmites correspondentes no Supremo Tribunal Federal, tornou-se de conhecimento público que agentes a serviço de Bolsonaro usaram dos poderes e privilégios de seus cargos de inteligência para espionar desafetos políticos, entre os quais órgãos de imprensa e organizações da sociedade civil.
“A questão é de extrema gravidade, envolvendo a perseguição de indivíduos e organizações com o claro intuito de cercear seus direitos civis e políticos”, diz a nota. “Fica evidente que a Abin foi usada como máquina de espionagem criminosa, apoiando esforços direcionados a abolir o Estado democrático de direito e depor o novo governo legitimamente constituído”, acrescenta.
As organizações estão “acompanhando de perto o desenrolar das investigações” e solicitam à Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública e aos demais órgãos competentes “que sejam tomadas providências imediatas de proteção e garantia da segurança de atuação das instituições e indivíduos que tiveram seus direitos fundamentais violados pelo esquema criminoso que acaba de vir à luz”.
Leia a íntegra da carta.