Evento em Nova York debate papel da sociedade civil contra o golpismo bolsonarista
WBO Press release
8 de setembro de 2023
Paulo Abrão, do WBO, e Rogério Sottili, do Instituto Vladimir Herzog, participam de mesa sobre defesa da democracia
Debate revisita o papel das organizações brasileiras que alertaram os EUA sob ameaças golpistas de Bolsonaro
O papel da sociedade civil brasileira para impedir que o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores dessem um golpe de Estado na eleição de 2022 será tema de um debate com a participação de Paulo Abrão, diretor-executivo do WBO (Washington Brazil Office), e de Rogério Sottili, diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog.
O debate acontece no dia 12 de setembro, às 18h (hora local), no Lemann Center for Brazilian Studies, do Ilas (Instituto de Estudos Latino Americanos, na sigla em inglês), da Universidade de Columbia, em Nova York.
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Abrão e Sottili fizeram parte da comitiva de 19 organizações brasileiras que, em julho de 2022, manteve reuniões ao longo de uma semana com representantes do Departamento de Estado americano, membros do Congresso dos EUA, imprensa internacional, acadêmicos e representantes da sociedade civil local para alertar sobre os riscos de que Bolsonaro e seus seguidores não aceitassem um resultado adverso naquela eleição presidencial. A comitiva pediu que a comunidade internacional reconhecesse prontamente o resultado da eleição, fosse quem fosse o vencedor, e reiterasse a confiabilidade das urnas eletrônicas e das instituições eleitorais brasileiras.
"É importante revisitarmos e discutirmos o trabalho dessa comitiva e o papel que ela teve como parte de um grande esforço para dar respaldo nacional e internacional à democracia no Brasil, num momento muito delicado da história do país", disse Abrão
“Desde que estivemos nos EUA em junho de 2022, às vésperas das eleições presidenciais no Brasil, para alertarmos o mundo dos perigos que as democracias sofrem, tivemos a vitória de um governo comprometido com os valores democráticos. Mas, apesar das derrotas de Donald Trump e de Jair Bolsonaro, ainda existem movimentos contrários que atuam por uma verdadeira destruição do Estado Democrático de Direito levada a cabo no Brasil e aqui. Precisamos seguir agindo para que atos como o da invasão do Capitólio, nos EUA; e o 8 de janeiro, no Brasil, não aconteçam mais”, disse Sottili
Entre 24 e 29 de julho de 2022, a comitiva brasileira foi recebida pelo Departamento de Estado americano, numa reunião de mais de uma hora, de caráter privado; por assessores dos deputados da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, no Capitólio; pelos deputados Jamie Raskin (Maryland, membro da comissão que investiga o 6/1), Hank Johnson (Geórgia), Mark Takano (Califórnia) e Sheila Cherfilus McCormick (Flórida), por assessores dos senadores Patrick Leahy (Vermont, presidente do Senado) e Ben Cardin (Maryland); e pessoalmente pelo senador Bernie Sanders, além de embaixadores de países-membros da OEA (Organização dos Estados Americanos), pela CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) e por organizações da sociedade civil local.
À época, um dos interlocutores da comitiva, o senador Bernie Sanders, disse: "O que eu ouvi [da comitiva], infelizmente, soa muito familiar para mim, por causa dos esforços de [Donald] Trump e de seus amigos para minar a democracia americana. Não estou surpreso que Bolsonaro esteja tentando fazer o mesmo no Brasil. Esperamos muito que o resultado das eleições [brasileiras] seja reconhecido e respeitado, e que a democracia prevaleça, de fato, no Brasil.”