Manifesto mostra apoio internacional à democracia no Brasil

Press release WBO 28 de outubro de 2022

  • Documento lançado no Tuca, em São Paulo, em 22 de setembro, recebeu a adesão de quase 800 personalidades

  • Roger Waters, Anne Hidalgo, Danny Glover, Pablo Iglesias, Noam Chomsky e professores de diversos países estão entre os signatários

Um grupo de quase 800 personalidades do mundo político, acadêmico e artístico estrangeiro aderiu publicamente a um manifesto em defesa da democracia no Brasil. O documento foi lançado no dia 22 de setembro, às vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais de 2022, e permaneceu aberto a adesões até 31 de outubro, um dia depois do segundo turno.

“O manifesto foi apenas uma parte de toda a ampla campanha internacional em defesa da democracia no Brasil”, disse James Green, presidente do Conselho Diretivo do WBO (Washington Brazil Office), uma das organizações que lideraram a iniciativa. “Estamos contentes com a adesão expressiva de tantas personalidades importantes em seus campos de ação, em tantas partes do mundo. Isso demonstra que a luta pela democracia no Brasil não é apenas um assunto de interesse nacional, mas é algo que mobiliza os verdadeiros democratas em todo o mundo.”    

O lançamento do manifesto ocorreu no Tuca, teatro da PUC de São Paulo, na Rua Monte Alegre, em cerimônia que marcou os 45 anos da invasão da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo por agentes da ditadura, em 22 de setembro de 1977, num incidente que resultou na prisão de mais de 500 estudantes. Green foi convidado a fazer a leitura oficial do manifesto durante a cerimônia.

Entre os signatários estão o músico britânico Roger Waters, ex-integrante do Pink Floyd; do ator americano Danny Glover; dos filósofos Michael Lowy e Noam Chomsky; da prefeita de Paris, Anne Hidalgo; do ex-vice-presidente da Espanha Pablo Iglesias; e da presidente das Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto, assinam o documento idealizado pelo WBO, um think tank brasileiro apartidário e sediado em Washington, juntamente com a USNDB (US Network for Democracy in Brazil), a Common Action Forum, a Red (Rede Europeia pela Democracia no Brasil) e o Coletivo Passarinho.

Os signatários pediam no manifesto “que as eleições presidenciais no Brasil ocorram nos termos da Constituição, que todas as ameaças e violências contra os candidatos e seus apoiadores sejam condenadas e combatidas, que as instituições republicanas sejam mantidas em suas atribuições e suas decisões respeitadas e que as Forças Armadas não interfiram no processo eleitoral, na apuração dos resultados ou na transmissão do poder”.

Outras ações internacionais

O lançamento do texto faz parte de uma série de ações mais amplas em defesa da democracia no Brasil no plano internacional. Em julho, o WBO organizou a visita de 19 representantes de organizações da sociedade civil brasileira a Washington, para encontros com o Departamento de Estado americano, além de deputados e senadores, no Capitólio, com o intuito de informar esses interlocutores sobre os ataques ao sistema eleitoral brasileiro e pedir que eles reconheçam o resultado das eleições presidenciais, assim que ele for proclamado, seja quem for o vencedor.

Dois meses após a viagem da comitiva, no dia 9 de setembro, um grupo de quase 40 deputados e senadores americanos – muitos dos quais haviam estado com representantes das organizações brasileiras em Washington, em julho – entregaram ao presidente dos EUA, Joe Biden, uma carta na qual pedem que o governo americano rompam relações com o Brasil e tomem outras medidas caso o resultado da eleição de outubro não seja respeitado. 

Ao longo do mês de setembro, uma série de encontros semelhantes ocorreram em capitais europeias como Berlim, Bruxelas, Madri e Paris, além de Genebra. Nesses encontros, membros do Parlamento Europeu e das Nações Unidas, além de outros interlocutores políticos foram alertados sobre os ataques de Bolsonaro à democracia brasileira e ao sistema eleitoral. 

Também em setembro, as mesmas organizações envolvidas no lançamento do manifesto lançam o Mês Internacional de Solidariedade com a Democracia no Brasil, no qual universidades como Harvard, Brown e Princeton, nos EUA, já anunciaram a realização de debates, palestras e mesas-redondas que têm como tema a política brasileira e o momento atual da democracia no país.

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