WBO e Universidade Georgetown realizam conferência sobre o Brasil em Washington DC
WBO Press release
4 de outubro de 2023
Evento reúne acadêmicos, diplomatas, membros de governos e líderes da sociedade civil para debater as transformações recentes no contexto brasileiro
Inscrições são abertas e gratuitas para as 5 mesas que reunirão 15 conferencistas ao longo de 2 dias
O WBO (Washington Brazil Office) e a Universidade Georgetown realizarão em Washington DC, nos dias 19 e 20 de outubro, uma conferência para tratar dos principais assuntos relacionados ao momento que o Brasil atravessa. A intenção é reunir alguns dos maiores especialistas nas áreas de meio ambiente, democracia, segurança pública, economia, racismo e direitos humanos, para discutir e apresentar a interlocutores estrangeiros um ponto de vista informado acerca da realidade brasileira atual.
A conferência Brazil in Transition (Brasil em Transição) será realizada no Intercultural Center (ICC) da Universidade Georgetown, em Northwest Washington. As inscrições para participar são gratuitas e estão abertas neste link, sujeitas a lotação. O evento terá tradução simultânea e será transmitido ao vivo pela internet.
"A intenção é termos uma conferência abrangente, do ponto de vista dos temas e das abordagens dos 15 conferencistas que estarão reunidos em Washington. Nós esperamos um debate equilibrado, plural e informado a respeito das mudanças pelas quais o Brasil está passando agora e também sobre as oportunidades que essas mudanças trazem para as pessoas que acompanham a realidade brasileira", diz Paulo Abrão, diretor-executivo do WBO, think tank independente e apartidário que se dedica de maneira especializada a promover cooperação e conhecimento sobre a realidade brasileira e a oferecer apoio ao trabalho internacional da sociedade civil, movimentos sociais e demais setores do Brasil em Washington, em defesa da democracia, dos direitos humanos, do meio ambiente e das liberdades.
"O momento atual é propício para esse grande debate, agora que o Brasil começa a fazer uma reconstrução de sua democracia, em melhores moldes, no que diz respeito às questões de meio ambiente e direitos humanos, por exemplo. O norte dessa reconstrução é um assunto que desperta grande interesse internacional. Por isso queremos fazer com que mais pessoas, aqui nos EUA, possam acompanhar esse processo de perto, ouvindo pessoas que realmente acompanham e entendem essas questões", diz James N. Green, presidente do Conselho Diretivo do WBO.
“Este é um momento excitante para o Brasil, mas também é um momento delicado. É essencial que estudiosos e observadores de dentro e de fora do país façam um balanço e analisem as tendências recentes em áreas como desenvolvimento econômico, relações raciais, proteção ambiental etc. Georgetown é há muito tempo líder em estudos internacionais. Sediar esta conferência, juntamente com a WBO, é uma forma de continuar a defender a missão acadêmica de Georgetown. É uma honra receber esses ilustres acadêmicos e profissionais e colaborar com a WBO nesta rica e variada programação", diz Bryan McCann, chefe do Departamento de História da Universidade Georgetown.
Programação do primeiro dia
O evento tem início na tarde de 19 de outubro, com uma mesa que trata do desenvolvimento econômico brasileiro. A proposta é debater o desafio de alcançar as metas fiscais aos quais o governo se propõe, combatendo a inflação e garantindo um crescimento econômico sustentável, dentro das metas de inflação. A mesa tem a participação de Monica de Bolle, pesquisadora sênior residente do Peterson Institute for International Economics, de Nelson Barbosa, diretor do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e de Marcelo Paixão, da Universidade do Texas.
A segunda mesa do dia 19 de outubro trata de racismo e direitos humanos. A ideia é debater as ações afirmativas e as mudanças positivas na forma como a negritude é encarada no país, além das iniciativas conjuntas entre Brasil e EUA para combater o racismo, como o Japer - sigla em inglês do Plano de Ação Conjunta Brasil-Estados Unidos para a Eliminação da Discriminação Étnico-Racial e a Redução da Desigualdade. Os participantes são Marcia Lima, Ministério da Igualdade Racial, Edilza Sotero, professora de Sociologia e pesquisadora do Programa A Cor da Bahia, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), além de consultora do CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades); e Gladys Mitchell-Walthour, da NC Central University.
Programação do segundo dia
No dia 20 de outubro, ocorrem três painéis. O primeiro deles trata do meio ambiente, com destaque para os desafios de desenvolvimento do Brasil e de preservação da Amazônia e de outros ecossistemas existentes no país. Mineração e agronegócio também estão no escopo do debate, além da questão indígena. Os debatedores são Kathryn Hochstetler, cientista política na LSE (London School of Economics and Political Science), Janes Jorge, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e Caetano Scannavino, do Projeto Saúde e Alegria.
A segunda mesa do dia 20 de outubro aborda os desafios impostos pela criminalidade e pela violência no Brasil, tratando de debater como conciliar o enfrentamento a essas questões com respeito ao estado de direito e aos direitos humanos. Os participantes são Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Douglas Belchior, fundador da UNEAfro e Fabio de Sa e Silva, professor e co-diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Oklahoma.
A última mesa do dia 20 de outubro é sobre os desafios atuais da democracia no Brasil, com ênfase para os dois processos de impeachment ocorridos em anos recentes e para a existência de um sistema político marcado por uma grande fragmentação partidária e pelo crescimento da extrema direita autoritária. Os debatedores são Flavia Pellegrino, do Pacto pela Democracia, José Antonio Cheibub, professor de Ciência Política na Universidade de Pittsburgh e Angela Alonso, professora titular de sociologia da USP e pesquisadora visitante do Alari (Afro Latin American Research Institute) de Harvard.