WBO debate no Congresso americano preocupação com ação internacional na Amazônia
Comunicado do WBO
9 de maio de 2024
O WBO (Washington Brazil Office) promove no Congresso dos EUA no dia 14 de maio um evento chamado “Amazônia Brasileira: Cooperação Bilateral em Tempos de Crise”.
A sessão será no Congressional Auditorium & Atrium Capitol Visitor Center (CVC 200), das 14h às 15h30 (hora local), e compreende a exibição de um filme de curta duração e um espaço para perguntas e respostas, com participação aberta a deputados e senadores, assessores e equipes técnicas, além da imprensa e do público em geral.
A intenção é refletir sobre o papel que o Congresso dos EUA pode ter na formulação e no cumprimento da legislação americana no que diz respeito às possíveis relações entre empresas privadas daquele país e a indústria de mineração envolvida numa exploração de recursos que provoca consequências nefastas para os povos indígenas brasileiros.
“Os líderes e legisladores mundiais devem esforçar-se por encontrar formas de cooperação interparlamentar para garantir a devida elaboração e implementação adequadas da sua legislação ambiental e comercial do quadro da crise climática global”, diz Juliana de Moraes Pinheiro, coordenadora do Programa Sócioambiental e de Transição Justa do WBO, responsável pela concepção e pela realização da sessão no Congresso americano.
Ela coordenará também a mesa de debates que terá a participação (por vídeo) de Célia Xakriabá (TBC), antropóloga e ativista Indígena da comunidade Xakriabá em Minas Gerais, Brasil, que fez história em 2022 ao se tornar a primeira mulher Indígena a ser eleita deputada federal por Minas Gerais, garantindo 101.078 votos; (por vídeo) Txai Surui, ativista ambiental indígena brasileira, vencedora do Primetime Emmy de Mérito Excepcional em Cinema Documentário pelo filme “O Território”, sobre os indígenas Uru-Eu-Wau-Wau no Brasil; (presencial) Caetano Scannavino, empreendedor social e coordenador da ONG Projeto Saúde & Alegria - PSA; e de (presencial) Daniel Brindis, ativista florestal que atua como vice-diretor de campanha do Canopy Planet; além de assessores e assessoras técnicas da Comissão de Recursos Naturais e do Brazil Caucus do Congresso dos EUA.
No centro da questão, está a situação do território Yanomami, uma área de 9,6 milhões de hectares, o que corresponde ao dobro do tamanho da Suíça, constituindo-se no maior território indígena em florestas tropicais do mundo, onde vivem 16 mil indígenas. Desde 2018, a região vem registrando índices alarmantes de mortalidade, conectados com a exploração ilegal de minérios. Em 2022, pelo menos 99 crianças yanomami morreram de doenças evitáveis e os casos anuais de malária mais do que duplicaram.
“Precisamos saber se corporações privadas americanas desempenham um papel na cadeia da mineração ilegal na Amazônia e o que pode ser feito para que os EUA ampliem o seu principal conjunto de legislação para cooperar eficazmente com práticas e regulamentações sustentáveis no mundo”, disse Juliana de Moraes Pinheiro.
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